Julho chegou com seu convite silencioso: pausa.
Três semanas em que a rotina escolar se dobra num canto, feito cobertor quentinho em manhã de inverno.
O relógio parece respirar mais devagar.
É o meio do ano abrindo espaço para a gente olhar em volta e para dentro também.
Por aqui, as férias não são um roteiro pronto.
São dias em que a casa ganha outro som, outro ritmo.
Tem mais risada no meio da tarde. Tem mesa desarrumada por mais tempo.
Tem tédio, sim. E brincadeira nascendo do nada.
Porque o brincar verdadeiro não precisa de grandes planos.
Precisa de tempo, de presença, de liberdade.
É no brincar que as crianças descansam por dentro.
Elas revivem o que aprenderam, elaboram o que sentiram, testam jeitos novos de ser.
Brincar é linguagem, é conexão.
E as férias também podem ser aquele momento de descobrir um filme ou uma série juntas,
de deitar abraçadas sem pressa para levantar.
Pode ser dia de arrumar o quarto, com música, risada e pausa para reler bilhetes antigos.
Pode ser hora de lavar o estojo e redescobrir o que ficou no fundo da mochila.
Essas pequenas ações também são reencontros.
E se você está em casa nestes dias, que tal desacelerar junto?
Não para preencher cada minuto com atividades, mas para estar ali, junto.
Às vezes deitada no tapete, às vezes só observando em silêncio, com presença.
E se as férias não couberam na sua agenda…
Se os dias estão cheios de demandas e a culpa já bateu à porta, respira.
Seu filho não precisa de uma versão perfeita de você.
Precisa saber que você volta. Que você repara. Que você tenta.
As férias não são sobre fazer tudo. São sobre viver um pouco diferente.
Com mais olhar, mais escuta e, sempre que possível, mais chão junto.
No fim das contas, são essas memórias que ficam.
E a infância agradece.
Com carinho,
Roberta

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